Quando deixei no ar essa pergunta no meu post passado eu tinha um objetivo: descobrir se no primeiro impacto todas tinham a mesma impressão que eu tive. A impressão de que ter razão, por si só já nos torna feliz!
As queridas
Ale Sbano e
C. disseram que ficam muito felizes quando têm razão. Em partes eu concordo, em partes não. Nem sempre é possível encontrar o meio termo entre ter razão e ter felicidade!
Por quê?
Eu explico!
A história que acompanhava o email que continha essa frase narrava uma situação em que um casal estava em um carro, atrasados para um evento. O homem disse que o local para o qual estavam indo era na próxima direita. A esposa disse que não, que era na próxima esquerda. O homem tinha certeza! A mulher também! O homem assumiu a sua convicção em relação à virar para a direita, argumentou suas razões com a esposa e fez o que achava que deveria ser feito. Ele errou o caminhou! Precisou retornar e assumir à sua mulher que ela estava certa e que ele deveria ter virado à esquerda, como ela disse. Ele perguntou se ela tinha certeza de sua afirmação quando ele discordou dela. Ela disse que sim. Ele perguntou porque ela não insistiu em sua posição e porque não tentou convencê-lo de que ela estava certa. Sabe o que ela disse?
"Se eu tentasse argumentar e te convencer nós brigaríamos. Você iria virar na rua errada mesmo com todos os meus argumentos e, quando reconhecesse que era eu quem estava certa nós já teríamos estragado a nossa noite com a discussão."
Essa história mudou minha perspectiva sobre a relação de felicidade com ter razão. Razão, ás vezes, é resquício de orgulho, e em um relacionamento, qualquer que seja, o orgulho sempre é um característica perigosa.
Abrir mão de nossas razões, convicções e certezas nos torna mais flexíveis e tolerantes... menos amargos e mais amadurecidos. Claro que sou a favor dos argumentos. Eu já disse isso em outro post, sobre
Falta de argumento. São os argumentos que tornam a nossa vida mais profunda, porém, talvez, o excesso deles torne nossa vida mais cansativa.
Ter razão em excesso pode nos impedir de ter uma noite romântica, de fazer novas amizades, de conseguir um novo emprego, de conhecer outros pontos de vista, de dormir com a cabeça fria. O excesso de necessidade de transformar nossos pontos de vista em certezas absolutas pode transformar nossos argumentos em palavras dolorosas e momentos infelizes e que não voltam atrás.
Eu aprendi que em um relacionamento, seja lá de que tipo for, é necessário abrir mão de algumas convicções de vez em quando. Ceder é fundamental e, por causa de uma convicção excessiva você pode perder a chance de viver com aquela pessoa o que poderia ser o momento mais feliz do seu dia.
Não importa se é marido e mulher, mãe e filha, aluno e professor... não importa mesmo! Às vezes, para aproveitarmos momentos agradáveis será necessário desistir de ter razão, parar de bater na mesma tecla, deixar de ser um 'cabeça dura' e, simplesmente curtir o momento com aquela pessoa!
O excesso de razão nos petrifica... engessa as nossas perspectivas e opniões e, pior, prejudica relacionamentos!
O excesso de razão pode nos fazer falar coisas que não deveríamos, ouvir o que não gostaríamos, perder pessoas e momentos que seriam fundamentais para subirmos mais um degrau em nossa 'escadinha da felicidade'!
Argumente quando julgar necessário. É importante! Mas, também saiba ceder quando julgar necessário. Isso é mais importante ainda!
Eu prefiro ser feliz! E agora, o que você prefere? Ser feliz ou ter razão?
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PS: No Dia Internacional da Mulher a historinha contada é uma homenagem:
1- A mulher sabia o caminho certo, o homem não;
2- A mulher cedeu em seus argumentos, o homem não;
3- A mulher sabia que ser feliz era mais importante do que ter razão, o homem não;
4- O homem precisou assumir seu erro e mudar de idéia, a mulher não!
Feliz dia da mulher!!!