Diariamente tenho acompanhado as notícias sobre a tragédia no Haiti. O terremoto destruíu uma cidade que já era mal construída. Em Porto Príncipe as cenas e as consequências do desastre são chocantes. Haitianos desesperados querem socorrer vítimas soterradas, querem encontrar corpos de pessoas queridas, lutam instintivamente por comida, abrigo e segurança. Hoje, dia 20 de janeiro, mais um tremor atingiu a região! O que aumenta ainda mais o despero de quem já está desesperado.
Mas, enquanto via as notícias dos jornais, senti uma imensa sensação de ingratidão pela minha vida. Enquanto pessoas morriam soterradas e outras viviam desesperadas, sozinhas, órfãs e sem perspectivas de sobrevivência, eu percebi o quanto eu havia reclamado da minha vida pacata.
Não digo que tenho uma vida perfeita. Não, ninguém a tem. Mas nunca vivi o perigo e o medo que os Haitianos hoje sofrem. Não só eles, mas a recente tragédia em Angra, e outros desastres não tão distantes de nós, me fizeram perceber que a minha vida está preservada. Por algum motivo, nenhuma dessas tragédias me atingiu. Por algum motivo, eu posso estar aqui, hoje, escrevendo. Então, eu penso:
Não somos vítimas de tragédias e desastres naturais, se somos vítimas de algo, esse algo é a nossa ingratidão, nossa intolerância, nossa impaciência e nossas crises de insatisfação.
O desastre no Haiti, acrescenta à minha vida muito mais do que compaixão e dor pelos haitianos, mas, me acrescenta a gratidão pela vida de paz que posso ter. E diante da minha vida de paz, só me resta clamar e torcer por aqueles que sofrem as consequências dos destroços!
Um comentário:
Olá amiga, adorei sua visita e com certeza vai ser ótimo compartilhar contigo suas reflexões. tenho outro blog, que tem o objetivo de mexer com as pessoas, para serem mais humanas.
www.nossopossivel.blogspot.com
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