"Há poucas coisas tão fatalmente contagiosas como a alegria de pessoas sérias." (Julio Dinis)
Apesar de, muitas vezes, parecer pessimista e intolerante em minhas reflexões sobre a vida e sobre as pessoas, gosto da alegria expressada em sorrisos e gargalhadas. Daquele sentimento que, suavemente transforma um olhar endurecido em olhar repleto de contentamento.
Mas, não gosto da alegria superficial relacionada a momentos específicos de prazer.
Não quero tentar discutir aqui no que consiste a alegria pois, acredito eu, que esta seja uma questão filosófica bastante complexa. O que quero é defender o meu ponto de vista. Isso mesmo... eu tenho um ponto de vista elaborado sobre a alegria... mesmo que você considere isso uma tolice eu quero defender o 'meu' ponto de vista!
O mundo moderno tem relacionado alegria a hedonismo, a eterna teoria do prazer pelo prazer. Alegria e felicidade tem sido associadas a sentimentos de satisfação momentânea, consumismo excessivo, beleza física dentro dos padrões midiáticos, relacionamentos amorosos 'eternos'. O que é isso? Conto de fada, comédia romântica de Hollywood ou novela das 8 da Rede Globo?
Alegria não é um sentimento estrambólico, exagerado, excessivo. Ela é intrínseca e equilibrada. Como disse Julio Dinis, a alegria de pessoas sérias é contagiante. Uma alegria séria! Certa feita li que alegria se traduz em aceitação, uma aceitação de quem somos e como somos e então, com isso e a partir disso, possibilitar mudanças em nossa própria vida... isso é seriedade e não hedonismo.
Alegria não é sorrir para as paredes, ter crises de riso incontroláveis (apesar disso ser ma-ra-vi-lho-so) ou fazer tanta besteira a ponto de envergonhar-se no dia seguinte. Alegria não é o mesmo que manisfestação entusiasmada. Embora tais comportamentos componham tal sentimento!
Não gosto (na verdade odeio) quando relacionam o sentimento de alegria com o comportamento extrovertido, bem-humorado, expontâneo e extravagante. Isso é superficial.
Alegria séria é aquela com motivo... você se olha no espelho e sabe que está feliz . Você pára, pensa em si mesmo e encontra dentro de você inúmeros motivos para usurfruir de uma maravilhosa sensação de bem-estar.
A alegria 'ideal' é aquela que nos mostra a satisfação de permancer de pé em cima de uma corda bamba. Como afirma a Psicologia Moderna, a felicidade/alegria é o melhor estado possível de equilíbrio entre nossas tensões criativas e os desafios da vida.
Gosto do que disse Márcia Homem de Mello sobre este sentimento: "A conquista da felicidade vem no aprendizado diário de viver sabendo aceitar e expressar os desejos e sentimentos, construindo os próprios projetos de vida e empenhando-se para realizá-los. Um sentimento que expressa de alguma forma, satisfação em ter uma necessidade saciada, um projeto realizado"
Sabe o que eu entendo disso tudo? Se depositarmos a nossa expectativa de alegria e felicidade em nós mesmos a chance de alcançarmos esse sentimento é enorme, porém se depositarmos expectativas de felicidade em pessoas ou circunstâncias teremos momentos de prazer e não de alegria!
PS: Não digo aqui que a vida será um mar de rosas só porque assim a desejamos (isso não faz o meu tipo), todavia, digo que ela será, no mínimo, muito mais agradável!!!
DICA: É possível encontrar a alegria por si só! Não deposite expectativas de 'se tornar alegre' em situações que não dependem de você. A alegria não vai estar naquela festa, naquele namorado, naquela amizade, naquele emprego, naquela situação financeira. Com um pouquinho de filosofia de gibi, rs, afirmo que você encontrará a alegria quando passar a procurá-la dentro de você!
7 comentários:
explicar um sentimento/emoção é barra pesada, pq palavras nunca serão suficientes.
rs
mas gostei do teu texto.
abraços
Oiii Adorei o texto e a gente chega a conclusão de como é difícil expressar em palavras coisas que devem ser sentidas...
Um fim de semana bem alegre a todos!
bjkas
O significado da existência humana é sempre destinado à morte e a nenhum propósito. A condição humana é absurda e sem esperanças. A única solução é enfrentrar a angústia gerada pelo vazio da existência - e de si mesmo - e aceitá-la como liberdade para construir a própria realidade.Se você conseguir aceitar tudo isso e ainda construir alguma coisa de útil, tendo um trabalho que lhe satisfaça, um amor correspondido, saúde...daí sim você poderá ser feliz.
Hoje é obrigatório ser feliz. Ninguém aceita gente deprimida. Vivemos num mundo no qual as pessoas precisam funcionar como se fossem máquinas. Quem não funciona adequadamente é deixada de lado. Por isso que existem esses remédios como fluoxetina, paroxitina, etc.
O ser humano nunca será feliz plenamente em razão de sua própria condição de finitude, por mais que ele lute não terá como mudar o capítulo final de sua vida, que será igual para todos. E daí vem esse vazio e essa busca incessante de algo que nem ele sabe o que é.
Valeu minha amiga "filósofa" adoro passar por aqui!
Não esquenta com a coisa do selinho; sou manhosa garota; jogo charme até pro Papa, quer dizer, o antigo,
Esse novo não faz meu "tipo" rs!
Beiju
Ótimo texto amiga, sempre nos fazendo refletir sobre nossa vida e o que esperamos ela. Parabéns. Bjks
Alegria sim é importante ter, mais não há felicidade sem amor!
Um beijo Tahiana!
Gostei muito do seu texto, principalmente quando diz: Se depositarmos expectativas de felicidade em pessoas ou circunstâncias teremos momentos de prazer e não de alegria". Penso também dessa maneira. Acredito que a minha felicidade não depende, necessariamente, do outro, mas de mim mesma. Sendo assim, preciso acreditar em mim.
Adoro passar por aqui, ler seus textos e refletir!
Bjs
Vera
Obs. Adorei a dica do filme, vou recomendá-lo no blog como sua sugestão, ok?
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