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segunda-feira, 8 de março de 2010

Ser feliz ou ter razão? Eis a questão!

Quando deixei no ar essa pergunta no meu post passado eu tinha um objetivo: descobrir se no primeiro impacto todas tinham a mesma impressão que eu tive. A impressão de que ter razão, por si só já nos torna feliz!
As queridas Ale Sbano e C. disseram que ficam muito felizes quando têm razão. Em partes eu concordo, em partes não. Nem sempre é possível encontrar o meio termo entre ter razão e ter felicidade!
Por quê?
Eu explico!
A história que acompanhava o email que continha essa frase narrava uma situação em que um casal estava em um carro, atrasados para um evento. O homem disse que o local para o qual estavam indo era na próxima direita. A esposa disse que não, que era na próxima esquerda. O homem tinha certeza! A mulher também! O homem assumiu a sua convicção em relação à virar para a direita, argumentou suas razões com a esposa e fez o que achava que deveria ser feito. Ele errou o caminhou! Precisou retornar e assumir à sua mulher que ela estava certa e que ele deveria ter virado à esquerda, como ela disse. Ele perguntou se ela tinha certeza de sua afirmação quando ele discordou dela. Ela disse que sim. Ele perguntou porque ela não insistiu em sua posição e porque não tentou convencê-lo de que ela estava certa. Sabe o que ela disse?
"Se eu tentasse argumentar e te convencer nós brigaríamos. Você iria virar na rua errada mesmo com todos os meus argumentos e, quando reconhecesse que era eu quem estava certa nós já teríamos estragado a nossa noite com a discussão."
Essa história mudou minha perspectiva sobre a relação de felicidade com ter razão. Razão, ás vezes, é resquício de orgulho, e em um relacionamento, qualquer que seja, o orgulho sempre é um característica perigosa.
Abrir mão de nossas razões, convicções e certezas nos torna mais flexíveis e tolerantes... menos amargos e mais amadurecidos. Claro que sou a favor dos argumentos. Eu já disse isso em outro post, sobre Falta de argumento. São os argumentos que tornam a nossa vida mais profunda, porém, talvez, o excesso deles torne nossa vida mais cansativa.
Ter razão em excesso pode nos impedir de ter uma noite romântica, de fazer novas amizades, de conseguir um novo emprego, de conhecer outros pontos de vista, de dormir com a cabeça fria. O excesso de necessidade de transformar nossos pontos de vista em certezas absolutas pode transformar nossos argumentos em palavras dolorosas e momentos infelizes e que não voltam atrás.
Eu aprendi que em um relacionamento, seja lá de que tipo for, é necessário abrir mão de algumas convicções de vez em quando. Ceder é fundamental e, por causa de uma convicção excessiva você pode perder a chance de viver com aquela pessoa o que poderia ser o momento mais feliz do seu dia.
Não importa se é marido e mulher, mãe e filha, aluno e professor... não importa mesmo! Às vezes, para aproveitarmos momentos agradáveis será necessário desistir de ter razão, parar de bater na mesma tecla, deixar de ser um 'cabeça dura' e, simplesmente curtir o momento com aquela pessoa!
O excesso de razão nos petrifica... engessa as nossas perspectivas e opniões e, pior, prejudica relacionamentos!
O excesso de razão pode nos fazer falar coisas que não deveríamos, ouvir o que não gostaríamos, perder pessoas e momentos que seriam fundamentais para subirmos mais um degrau em nossa 'escadinha da felicidade'!
Argumente quando julgar necessário. É importante! Mas, também saiba ceder quando julgar necessário. Isso é mais importante ainda!
Eu prefiro ser feliz! E agora, o que você prefere? Ser feliz ou ter razão?
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PS: No Dia Internacional da Mulher a historinha contada é uma homenagem:
1- A mulher sabia o caminho certo, o homem não;
2- A mulher cedeu em seus argumentos, o homem não;
3- A mulher sabia que ser feliz era mais importante do que ter razão, o homem não;
4- O homem precisou assumir seu erro e mudar de idéia, a mulher não!
Feliz dia da mulher!!!

9 comentários:

Késia Maximiano disse...

É verdade, o excesso de razão nos petrifica. Auto-confiança só nos é favorável quando anda de mãos dadas com a humildade, e a gente ainda ganha muito com essa parceria.

Bom, minha linda, eu AMEI a tua visita, e o teu comentario! São gostosos esses "encontros casuais" da vida né? Volte sempre, a casa é nossa! Tb voltarei aqui, gostei bastante do teu cantinho e das tuas "idiotices" q de idiotas não têem nada!

Beijo grande!

Deijivan disse...

Tahiana, já agradeci a sua visita ao meu Blog lá, mas agradeço novamente aqui: obrigado, minha querida!

Bem, você propos em seu tópico uma questão que é debatida pela filosofia há milênios! Sabe-se que a felicidade é o extremo da razão e, por isso, acabam sendo incompatíveis, já que a primeira deriva da interiorização das coisas, tendo como sua essência a alma, ao passo que a razão deriva do exterior, da supremacia do universo ou, em outras palavras, da mente.

Eu sei que acabei deixando a coisa um pouco "chata" e acadêmica, mas quero deixar aqui um pouco da visão filosófica sobre estes dois estados humanos tão contraditórios.

A filosofia enxergou primeiro a razão para depois reconhecer a felicidade. É fácil compreender o porquê disto: lá nos confins do pensamento filosófico, houve um tal de Zenão de Eleia, o pai da dialética, segundo Aristóteles, que disse que a identidade de cada um era o princípio da razão, pois quando se tem noção de quem se é, passamos a ter noção das coisas que nos cercam, adquirindo assim conhecimento sobre as coisas e podendo opinar sobre o que se acredita ser ou não certo, se afastando dos sentimentos emocionais que só contaminam a realidade. Bem mais tarde, o grande Hegel disse que a razão rege o mundo, dando atribuições a tudo e evocando o poder da mente sobre as coisas. Daí, é a razão que constitui a história da humanidade. Portanto, a razão é absoluta e, sendo absoluta, é também divina! E se ela é divina, tudo pode, ou seja, a razão é o atributo humano que nos coloca na posição de um semi-deus, entendendo as coisas pelo conhecimento e não apenas aceitando os fatos.

Por outro lado, a felicidade é um estado da alma, como eu já disse, e sendo assim ela não pode ser divina, superior, pois se encontra dentro do homem e não fora, como a razão. Ajudando nesta tese, temos o significado da palavra felicidade, que vem da palavra original em grego "eudaimonia", que quer dizer mais ou menos "ter a sorte de possuir um demônio bom ao seu lado". Estranho, né? Mas o que os gregos achavam é que só é feliz aquele que tem virtudes, que é bom. Lembra daquela histórinha dos dois diabinhos (um bom e outro mal), um em cada ombro, dando conselhos pra gente? Bom, a filosofia cristã substituiu um dos diabinhos, no caso o bom, por um anjinho, mas tudo bem, o que importa é entender que a filosofia clássica coloca a razão como o demônio mal que nos aconselha a sermos coerentes e não nos apegar a emoção, ao passo que e a felicidade é aquele diabinho bom, que nos impele a seguir o nosso coração!

Pra complicar mais, o diabinho mal na verdade não é mal, pois a filosofica de Descartes, Hegel e Zenão de Eleia (que além de ser pai da dialética também é o precursor do paradoxismo), diz que a razão (o diabinho aparentemente mal) é algo divino e elevado!

Minha querida, vou parar por aqui senão eu acabo escrevendo um livro! rs.

E parece que eu disse nada com nada, né? Pois bem, este também é um outro grande mal da filosofia e dos filósofos! rs.

Luciana Kotaka disse...

Olá querida amiga, como sempre arrasando. E o projeto do livro,está gestando ele? vale a pena hei, eu serei a primeira compradora.Beijocas lindinha

Carolina Tenório disse...

oi querida, fico feliz por gostar dos meus textos;
são meus sim :)
Bom tenho 20 anos, não sou especialista não, mas fui casada 3 anos e já faz um ano que me separei;
então tenho um pouco de experiência ;/
que bom que ainda tenho um rostinho apresentável :D
fico mega feliz em saber disso *o*

Juliana Skwara disse...

- Prefiro ser feliz, já é tão difícil...
as pequenas coisas da vida é que fazem toda a diferença e se toda hora quiser dar piti por razão vai acabar não vivendo
tipo, meu namorado é quem curte mpb..tbm amo as letras de rock, mas existem solos que se não fossem as letras não seriam nada
muito belo o poost, como gosto das coisas que escreve...consumo essas páginas..hahauaauaa
beijoooo

Juliana Matos. disse...

Prefiro ser feliz..nada mais que isso!

Um beijo!

Rafaela Andrade disse...

Nossa!!! Já conhecia o texto, mas a sua conclusão foi genial!!! Parabéns! Obrigada peloa dia da Mulher.
beijos!
http:\\apenasumpontoesportivo.blogspot.com
http:\\apenasumponto.blogspot.com

Anônimo disse...

Vc é demais garota!
Obrigada pela força1
Ola tem um livro por ai?!
LI o coment da Luciana.
Beijocas!

Gabi disse...

Visitando e encontrando coisa boa! Adorei passar por aqui e a maneira que escreve, e realmente sou da seguinte opnião, as vezes silenciar e esperar é o melhor. Afinal temos 2 ouvidos e uma boca...apesar de estar com a razão muitas vezes é necessário que o outro entenda pelos caminhos que ele quer ir!
Beijos e volte sempre por lá!

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