Erros de português... dignos de terror!

Odeio erros de português! Sei que odiar é uma palavra muito forte, todavia, é assim que me sinto quando leio algo de alguém que não sabe escrever. Reconheço que não sou nenhuma merecedora de prêmios da nossa Academia de Letras, mas acredito ter um mínimo de equilíbrio na minha escrita (um exemplo disso é o meu post sobre o novo acordo ortográfico).

Não estou falando de erros de digitação ou mania (que não gosto) de abreviação. Também não me refiro às pessoas que não tiveram oportunidade, porque isso é uma questão cultural e política que precisa ser resolvida no nosso país. Estou falando de universitários, pessoas com formação 'superior', com estudo, com alguma titulação de profissional.

Cansei de entrar em blogs, orkuts e perfis de pessoas que tem tudo para escrever bem, menos conhecimento da língua portuguesa. Passamos mais de 10 anos em uma escola repetindo as mesmas regras gramaticais e ortográficas. Fazemos caligrafia, separação silábica, ditado, leitura oral, inúmeras provas de português, redação e literatura... e ainda assim, muitos ainda não sabem escrever!

Sabem o que eu acho? Se não sabe escrever, não escreve, desenha! Isso mesmo. Por que fazer algo que não se tem disposição para fazer corretamente? Se não sabe escrever, então desenha, pinta, canta, borda, rebola, dança, faz mímica, tira foto, mas, pelos mais de 10 anos dentro da escola, NÃO ESCREVE!!!

Agora, se insiste em escrever, não escreve publicamente. Se for para errar, erre sozinho em seu diário pessoal fora da internet! Ou tente aprender, pede ajuda, manda alguém corrigir seus textos... faz qualquer coisa mas, por favor, privem os nossos olhos de sofrer com conjugações verbais equivocadas, com acentos esquecidos, com palavras sem sentido, que tornam tantos textos quase que criptográficos!

Não digo que nunca errei no português. Erro sim. Mas costumo tentar corrigir os meus erros. Quando tenho dúvidas uso o Priberam, um excelente dicionário online. E, confesso que, muitas vezes, deixei de usar uma palavra em meus textos, por duvidar se o seu uso estaria adequado naquele contexto. A língua portuguesa não permite que arrisquemos muito. Devemos ter equilíbrio na nossa criatividade, imaginação e neologismos.

A língua portuguesa é uma arte. Quem a ela se dedica deve aprimorar-se nela, deve dedicar-se a ela. E, pensando nesta arte das palavras que cito a magnífica Clarisce Lispector:

"Mas sabendo antes para nunca esquecer que a palavra é fruto da palavra. A palavra tem que se parecer com a palavra. Atingí-la é o meu primeiro dever para comigo. E a palavra não pode ser enfeitada e artisticamente vã, tem que ser apenas ela."