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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Desistindo do blog!

Foi muito bom enquanto durou mas, o tempo do fim chegou!
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Quem acompanha o Idiotizando há algum tempo já deve ter percebido que o meu ritmo de postagens novas diminuiu. Quando comecei o blog eu escrevia novos posts pelo menos 3 vezes na semana e, em pouco tempo de Idiotizando, o número de comentários, seguidores e visitas cresceu. Todavia, nos últimos meses, tenho diminuído as atualizações e as novidades do blog simplesmente por um motivo: Falta de tempo.
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Trabalho em duas cidades diferentes e, ultimamente, a minha carga horária aumentou. O tempo tem se tornado cada vez mais escasso, uma vez que, quando abri o blog eu ainda era uma mera estudante desempregada. Hoje, tenho uma vida profissional começando e preciso me dedicar a ela. Não são apenas os atendimentos individuais que contam mas, preciso me aprofundar em novas leituras e cursos, o que exige de mim ainda mais tempo.
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A experiência do blog valeu muito a pena. O Idiotizando me mostrou que há um mundinho de pessoas interessadas no que eu escrevo. O que me fez perceber que o que tenho escrito não é tão idiota assim! Em meus posts consegui fazer uma coisa que acho que as pessoas carecem: gerar novos caminhos para pensar. Nas minhas tentativas de causar polêmicas pude ler incríveis comentários de leitores que levaram a sério muito do que escrevi sobre política, notícias, esportes, tragédias e, principalmente comportamento humano.
Além disso, o nome do blog causou um certo estardalhaço entre conhecidos. Como posso me autodenominar uma idiota? É o que perguntam! Pena que nem todos entendem essa minha mania subjetiva de pensar e falar das coisas. Idiotizar, representa pra mim um mundo de pessoas que se comportam com o interesse de convencer as outras, de pessoas que se submetem à política e aos meios de comunicação como verdades absolutas. O Idiotizando é apenas um tópico a mais em um país em que as pessoas se submetem a tudo sem pensar, como tolas que se convencem com a força do vento!
Enfim, não sei quando volto. Nem sei se volto. E, se voltar, pretendo voltar com um blog mais profissional, que trate apenas de temas vinculados à Psicologia, visto que assim possibilitarei o desenvolvimento da minha vida profissional, levarei a Psicologia à pessoas que têm pouco acesso a ela, sem contudo, deixar de fazer o que tanto gosto: escrever!
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O blog não será cancelado. Quero preservar os posts, comentários e seguidores. Fica aqui o espaço para quem ainda pretende ler textos antigos do Idiotizando. Fica o espaço para que eu possa usá-lo no futuro, talvez.
Agradeço a todos que participaram deste blog de alguma forma. Prometo que, quando eu voltar, um dia, irei atrás de todos vocês! E, assim que a vida e o tempo me permitirem abrir um blog/site mais profissional, vocês viitantes do Idiotizando serão os primeiros a saber!
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Um grande abraço!
Tahiana Andrade

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O dia-a-dia de uma psicóloga

Trabalhar ouvindo as pessoas... tentando entender comportamentos, sentimentos, emoções, elucubrações. É preciso colher informações do passado e confrotá-las com o presente. Resgatar a expectativa das pessoas...
E assim você ouve um garoto contar que apanhou da mãe com um cabo de vassoura, e ela nega tudo, mesmo diante do braço roxo da criança.
E um menino de 10 anos tenta abusar sexualmente de uma criança de 4, da mesma escola. E você vê a mãe negar que seu filho seja assim, um marginal.
Vê uma garotinha de 5 anos chorar por ter visto o pai morrer queimado no fundo de sua casa.
E vê uma mãe desesperada de uma pré-adolescente com indícios de cleptomania.
Você ouve um homem que foi repentinamente abandonado por sua esposa e, desde então, seu filho encontra-se em depressão.
Escuta uma mulher de 50 anos que está acamada porque seu marido, o único homem de sua vida, está traindo-a  descaradamente com uma mulher que mora em sua rua.
O tempo passa, e em poucos minutos você ouve uma mulher te contar que seus dois filhos adolescentes estão envolvidos com uma quadrilha perigosa da região.
Ouve ainda um jovem entrar em síndrome de pânico porque presenciou sua irmã mais nova em uma crise de drogas ameaçando a própria mãe de morte.
Então você faz uma visita domiciliar e descobre que aquela senhora idosa com cara de vovozinha anda explorando o neto, impedindo-o de ir à escola e agredindo-o verbal e fisicamente.
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E este foi apenas um dia... mais um dia de trabalho, um misto de trabalho comunitário com clínica particular... um dia com problemas de ricos e pobres... mas que não pode ser tratado como um dia qualquer... é preciso equilíbrio, emoção, sensibilidade, compaixão, percepção, tolerância...
E você olha para todos esses problemas... cuida de todos eles com atenção e carinho... mas eles não são os seus problemas... são apenas os problemas dos outros, que você precisa tratar como se fossem seus próprios problemas...
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Quando o fim da semana se aproxima todos esses problemas se acumulam... você já ouviu tantas coisas tensas, dolorosas, desgastantes... mas sempre resta uma coisa ainda mais forte para ouvir, tratar, aconselhar, reforçar, punir, entender, sentir, perceber, confrontar, perceber...
E é impossível tratar essas pessoas sem se envolver... sem sentir o que elas sentem, sem que a nossa alma seja tocada por aquela dor, por aquele medo, por aquela circunstância...
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No fim de cada dia, de cada semana, você sente que aprendeu. Entende que cada pessoa possui uma peculiaridade diferente, que não existe bem e mal, que o mundo não é dos radicais, que a vida é muito mais do que eu tenho vivido em meus poucos 23 anos...

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Ela...

Ela tinha mania de querer organizar o mundo. Dizia que a vida seria mais inteligente se fosse mais organizada. Ela queria organizar os sentimentos em gavetas, etiquetar emoções e documentar os fatos. Ela tinha aquela coisa de não dar um passo sem contar os segundos que levaria para isso. Gostava de ter tudo previsível e programado e odiava quando as coisas saíam de seu alcance.
Ela tinha medo de perder o controle das coisas. Medo de descobrir que por dentro era vazia de tudo, inclusive de si mesma. Tinha medo de assumir que não se conhecia e que precisava de outras pessoas para completar a sua vida. Por isso ela fugia. Fugia criando histórias para se preocupar. Criando cenas de trabalho e preocupação desnecessários.
Ela tinha um dom de organizar as roupas pela cor, os sapatos pelo modelo e as calças pela marca. Tinha um jeito previsível de arrumar os cabelos, escovar os dentes e lavar a louça.
Ela sempre tinha uma lista em mãos. Qualquer lista, de qualquer coisa. Lista de mercado, de e-mails, de calorias, de atividades do dia, de telefones a serem feitos. Lista de coisas que no fundo ela sabia que não precisava.
Ela tinha um jeito meio amplo de falar, pausadamente, equilibrando letras, gerundios e plurais. Tinha um "quê" de discurso decorado em sua fala. Uma espécie de calculismo exagerado.
E ela vivia assim com tudo no lugar... menos os seus sentimentos, menos a si mesma... que ela vivia fingindo entender nas listas do seu cotidiano.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Dicas para a véspera das eleições

Infelizmente não vou poder votar. Não transferi o meu título eleitoral a tempo e vou apenas justificar o voto.
Mas isso não me impede de considerar a véspera desta eleição como um momento tenso e de muitíssima importância. Pra quem, diferente de mim, tiver a oportunidade de exercer esse direito tenho algumas questões a sugerir:
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1 - Tente pensar nos interesses nacionais e não apenas nos seus interesses individuais;
2 - Não entre nessa onda de perder voto. Perde voto quem deixa de votar em um candidato apenas por causa do resultados de pesquisa. Votar é um exercício de cidadania e não uma luta de quem tem razão ou de quem acerta o candidato eleito;
3 - O segundo turno depende de Dilma ter menos de 50% dos votos totais e não tem nada haver com o fato de votar em Serra ou em Marina. O importane é diminuir os eleitores do candidato que supõ-se está em primeiro lugar e com isso pode-se votar em Serra, Marina, Plínio, Zé Maria, Eymael, etc;
4 - Nunca disse aqui em quem votar... mas já deixei subtendido em quem NÃO votar... então espero que alguns dos leitores do Idiotizando possam votar por mim! (rs)
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Um ótimo domingo eleitoral para todos os eleitores... e para alguns políticos.
Votar é um direito nosso que, apesar de terem o transformado em dever, é um exercício de cidadania que nos dá a chance de pensar e trabalhar pelo futuro do nosso país.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Uma surpresa aos meus conceitos

Era final de tarde quando me deparei com aquele homem pela primeira vez. Ele devia ter por volta de uns 60 anos. O cabelo rastafari comprido até a cintura já estava quase todo branco além de um aspecto sujo de quem não os lavava há anos. Um blusão de crochê cinza com alguns rasgões que mostravam uma camisa comum por baixo, também já velha. Os dentes escuros, amarelados e com aparência de sujos também. A ponta dos dedos preta com unhas encardidas e mão enrugada.
Eu o enquadraria como mendigo se ele não estivesse trabalhando na porta de um supermercado naquela pequena cidade turística. Ele vendia livros. Aquele senhor sujo e de má aparência vendia livros. Não seria nada surpreendente se eu não parasse para ouví-lo falar de sua mercadoria.
Não me recordo com exatidão as palavras que ele usava mas me lembro da intensidade com a qual ele falou do ''Clarice,'' (lê-se Clarice vírgula), parecendo conhecer toda a biografia da escritora que ao meu ver é uma das mais fantásticas e profundas que já li. Ele falou do 'Livreiro de Cabul' que é um dos meus maiores desejos literários ainda não realizados. Falou sobre o livro de um autor americano cujo título desconheço. 
Confesso que apesar de ter me surpreendido com tamanho conhecimento literário não me dei por satisfeita. Ele tinha comentado sobre livros que não li, poderia estar me embromando. Resolvi então questioná-lo sobre livros que eu já tinha lido como se nunca os tivesse visto... queria descobrir a verdade.
Perguntei sobre 'A moreninha", 'O primo Basílio', 'Cidade do Sol', 'A menina que roubava livros'... ufaaaaaaaaaaaaaaa... ele parecia ter lido tudo. Ele não apenas sabia que A moreninha era apaixonada pelo Augusto e que se envolveram na medida em que ela tentava lhe ensinar costura. Sabia também que o primo Basílio foi que fizera Luíza trair seu fiel esposo. Sabia que em 'Cidade do Sol' a cultura Afegã era relatada em detalhes, inclusive regras do alcorão para as mulheres e lembrava que a menina que roubava livros tinha a sua história narrada ironicamente pela morte. Conhecia os personagens e todo o enredo, sabia o estilo literário e a origem do autor. Ele sabia os detalhes do perfil dos personagens, do tempo em que se passou e da época em que fora escrito.
Aquele homem estranho era um leitor compulsivo. Digo isso não apenas pelo seu discurso para vender os produtos mas, posso fazer tal afirmação com exatidão por te-lo visto dois dias depois sentado na porta do mesmo mercado, lendo um livro de título em inglês, entretido em sua leitura, concentrado a ponto de não notar quem passava ali. Parecia até mesmo que o cigarro que ele tinha não mãos iria lhe queimar os dedos devido a excessiva concentração literária.
Talvez ele tenha me enganado e tudo não passe de um discurso decorado para impressionar os turistas do local... mas seja lá o que for, de qualquer modo, é preciso ter muita disposição e inteligência... tanto para ler quanto para fingir... mas eu opto pela primeira opção.

Como você está em relação às eleições?

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